Livro – Igreja Orgânica

Livro Igreja Orgânica de Neil Cole.O livro Igreja Ogânica Neil Cole faz uma chamada de volta às raízes da igreja. Ele nos ajuda a refletir sobre a visão muitas vezes distorcida da igreja convencional e sobre alguns estereótipos que a afastam do projeto de Jesus para ela.Conquanto o livro, às vezes, pareça quebrar alguns paradigmas, é impossível não ser impactado com algumas verdades bíblicas que ele resgata, tão esquecidas por muitos cristãos e igrejas de hoje, e pela fecundidade de idéias e figuras tão belamente exploradas e compartilhadas pelo autor, o que faz da leitura de seu livro um refrigério para a mente e o espírito.

“Este livro é profundo, prático e prazeroso de ler. Ele nos propõe idéias novas e nos leva a um lugar onde podemos ver o Reino de Deus se espalhar pelo mundo em nossa geração. Esta obra chegou no momento Certo” John C. Maxwell

Nota do Pedro: Este livro cristão nos faz pensar, e repensar a prática da Igreja que somos. Ele nos mostra parâmetros e moldes que abrem os olhos para a realidade da Igreja dentro de uma nova perspectiva de estrutura mais flexível, dinâmica, menos burocrática. Genial. Um livro que marcou muito minha vida tenho buscado viver essa realidade de igreja como um organismo vivo, essa igreja orgânica que nada mais é do que a própria igreja que foi iniciada por Jesus o Cristo. Recomendo. Nota 4.

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No amor de Jesus,

Pedro Quintanilha ><>

Missionários de Oração por Angelo Bazzo

Em todo o Corpo de Cristo, o fato de Deus chamar pessoas para missões específicas é algo normal. Cremos em “chamado”, cremos em um Deus que gera vocação. Entre os cristãos, a pessoa vocacionada recebe o nome de “missionário”. Este nome é fantástico, pois mostra que a missão de Deus encontra espaço na existência de um filho seu. Ser missionário é ser um vaso cujo o conteúdo é a missão de Deus.

Mas qual é a missão?

Nas escrituras vemos que a missão principal de Deus está ligada à comunhão. Deus, em sua essência triuna, é uma relação entre três pessoas. E o maior desejo e missão de Deus é fazer com que sua essência seja expandida em todo o Universo. A missão de Deus é comunhão e a expansão desta comunhão.

Nos profetas existe um versículo interessante que diz : “Deus não fará coisa alguma sem antes revelá-la aos seus servos os profetas” (AM 3.7). Creio que isso nos mostra que as ações de Deus estão relacionadas com ele revelar o que pensa para algumas pessoas. Logo, o plano de Deus de expandir sua comunhão, acontece por meio de ele ter comunhão com pessoas. Falando de outra forma: para expandir a comunhão Deus tem comunhão.

Por isso, penso que um verdadeiro missionário é alguém que está irremediavelmente chamado para expandir a comunhão de Deus por meio da comunhão com Deus.

Mas como isso aconteceria na prática?

Creio que a oração é a resposta.

Quando pensamos na palavra comunhão precisamos pensar também na palavra comunicação, pois as duas vem da mesma raiz. E de fato é impossível se ter comunhão sem comunicação.

Por isso, quando digo que a oração é a resposta, estou querendo dar a entender que a oração é a comunicação que gera comunhão.

Sabemos que a oração correta é aquela feita de acordo com a vontade de Deus. Por isso, para orarmos dentro da realidade comunicativa da comunhão é preciso conhecer a vontade de Deus.

E é aí também que a comunhão se desenrola. Quando Deus mostra sua vontade é a via celestial comunicando sua parte. Quando oramos esta vontade em resposta ao que temos entendido, então neste exato momento a comunhão está acontecendo.

Deus fala sua vontade e o homem ora, isso é comunhão.

Desta forma eu chego à expressão “missionário de oração”. Pois o intercessor nada mais é do que aquele que, conhecendo a vontade de Deus, passa a orar e viver em prol da realização de tal vontade.

Creio que nestes dias Deus está levantando um novo tipo de missionário na terra. Ele está erguendo pessoas que estão vocacionadas para orar. Isso pode parecer estranho por dois motivos:

-Primeiro porque pensamos que todo cristão é chamado para isso. E este pensamento é correto. Mas temos que ser realistas e perceber que de fato os cristãos não oram. Olhe ao redor, veja quantas pessoas que você conhece que são devotadas a oração?

É por isso que precisamos de pessoas que são chamadas de forma integral para orar. Pois após estarem totalmente mergulhadas nesta realidade, elas serão enviadas por todo o globo terrestre para despertar o Corpo de Cristo para sua “missão sacerdotal”.

-Em segundo lugar, pensamos que oração não é um trabalho, ou uma atividade, ou algo que mereça atenção tão grande de tempo e foco. E se pensamos assim, simplesmente provamos o ponto acima. De fato estamos totalmente desligados da missão de Deus, ainda que carreguemos o título de cristãos.

Deus, neste tempo, esta chamando homens e mulheres que vão viver aquilo que Deus tem para todos, mas que a maioria ainda não vive, e assim poderão ser enviados pelo Corpo de Cristo para que cada membro faça o que sempre deveria de ter feito.

Isso acontecerá antes da segunda vinda, e isso preparará a Igreja de Jesus ( Ap19).

Fonte: http://www.revistaimpacto.com.br

No amor de Jesus,

Pedro Quintanilha ><>

15 Teses Sobre a Reencarnação da Igreja

500 anos depois do alemão Martinho Lutero ter lançado suas polêmicas 95 teses e ser usado como um dos catalizadores da Reforma Protestante, a Alemanha se tornou um país dominado pelo secularismo. Mas, ao que parece, o Espírito da Reforma continua vivo naquela nação. Depois de cinco séculos, Deus está usando um alemão novamente para ventilar ares frescos de Reforma na Igreja. No artigo a seguir, Wolfgang Simson lança suas “15 Teses para a Reencarnação da Igreja”, redefinindo de forma precisa a mudança de paradigmas que Deus está promovendo na Igreja contemporânea. Ecclesia semper reformanda est!

Deus transforma a igreja e isso, por sua vez, transformará o mundo. Milhões de cristãos em todo o mundo sentem que uma nova e surpreendente Reforma está se aproximando. Afirmam: “A igreja como a conhecemos impede uma igreja como Deus a quer”. É admirável o grande número de cristãos que parece perceber que Deus está tentando dizer-lhes a mesma coisa. Desse modo forma-se uma nova consciência coletiva para uma revelação existente há milênios, um eco espiritual coletivo.

Estou convicto de que as 15 teses a seguir reproduzem uma parcela daquilo que “o Espírito diz hoje às igrejas”. Para alguns isso será apenas uma pequena nuvem no horizonte de Elias. Outros já se encontram no meio da chuva.

1. Cristianismo como estilo de vida, não como sucessão de eventos religiosos

Bem antes de serem chamados de cristãos dava-se aos seguidores de Jesus Cristo o nome de “o Caminho”. Um dos motivos era que eles literalmente haviam encontrado o caminho de como se vive. O cerne da igreja cristã não é apropriadamente espelhado por uma série de eventos religiosos em recintos eclesiásticos reservados especialmente para encontros com Deus, oferecidos por clérigos profissionais. Pelo contrário, está em questão o estilo de vida profético dos seguidores de Jesus Cristo no dia-a-dia, que como famílias extensas espiritualmente ampliadas respondem a perguntas formuladas pela sociedade – justamente no local em que isso é mais decisivo: em casa.

2. Mudar o sistema das “Categogas”

Depois da época de Constantino Magno, no século IV, as Igrejas Ortodoxa e Católica desenvolveram e sancionaram um sistema religioso que consistia de um templo “cristão” (a catedral) e de um padrão básico de culto que imitava a sinagoga judaica. Dessa maneira, um sistema religioso não expressamente revelado por Deus, a “categoga”, uma mescla de catedral e sinagoga, tornou-se a matriz dos cultos de todas as épocas subseqüentes. Tingido como um acervo gentílico de pensamentos helenistas que, p.ex., faz separação entre o sagrado e o secular, o conceito das categogas recebeu uma função de “buraco negro”, que suga pela raiz praticamente todas as energias de transformação social da igreja e que por séculos deixou o cristianismo absorto em si próprio.

É verdade que Lutero reformou o conteúdo do evangelho, mas é notório que ele deixou as estruturas e formas exteriores da “igreja” intactas. As comunidades livres libertaram do Estado esse sistema eclesiástico, os batistas o batizaram, os quacres o drenaram, o Exército da Salvação o enfiou num uniforme, os pentecostais o ungiram e os carismáticos o renovaram, porém até hoje ninguém realmente o transformou. É precisamente essa hora que chegou agora.

3. A Terceira Reforma

Por ter redescoberto o evangelho da redenção “somente pela graça mediante a fé”, Lutero desencadeou uma Reforma – uma reforma da teologia. A partir do final do século XVII, movimentos de renovação como o Pietismo descobriram novamente o relacionamento pessoal do indivíduo com Deus. Isso levou a uma reforma da espiritualidade, a segunda Reforma. Agora Deus está avançando mais um passo, ao mexer com as formas básicas do ser igreja. Dessa forma ele desencadeia uma terceira Reforma, uma reforma das estruturas.

4. De casas que são igreja para Igreja nas Casas

Desde os tempos do Novo Testamento não existe mais algo como a “casa de Deus”. Deus não vive em templos erguidos por mãos humanas. É o povo de Deus que constitui a igreja. Por essa razão a igreja está em casa no exato lugar em que as pessoas estão em casa: nos lares. É ali que os seguidores de Cristo partilham a vida no poder do Espírito de Deus, tomam refeições em conjunto e muitas vezes nem mesmo hesitam vender propriedade particular, repartindo as bênçãos materiais e espirituais com outras pessoas. Instruem-se sobre como se inserir melhor, enquanto ser humanos, nas leis espirituais constitutivas de Deus em meio à vida prática – e justamente não por meio de palestras professorais, mas de modo dinâmico, no estilo de pergunta e resposta. É ali que oram, batizam e profetizam uns aos outros. É ali que podem deixar cair a máscara e até confessar pecados, porque conquistam uma nova identidade coletiva pelo fato de se amarem mutuamente, apesar de se conhecerem e constantemente tornarem a se perdoar e se aceitar.

5. Primeiro a Igreja tem que encolher antes de crescer

A maioria das igrejas cristãs simplesmente é grande demais para realmente proporcionar espaço para a comunhão. Foi assim que se tornaram “comunidades sem comunhão”. As comunidades eclesiais do Novo Testamento eram invariavelmente grupos pequenos, com cerca de 15 a 20 pessoas. O crescimento não acontecia pelo inchaço aditivo, formando comunidades eclesiásticas grandes, estacionárias e que lotavam catedrais com 20 a 300 pessoas, mas pelo crescimento multiplicativo da amplitude, apresentando características de um movimento. As igrejas nos lares se subdividiam quando tinham atingido o limite orgânico de cerca de 15 a 20 pessoas. Esse crescimento multiplicativo pela base possibilitou aos cristãos que também se congregassem para reuniões celebrativas que abrangiam a cidade toda, como, p.ex., nos salões do Templo em Jerusalém.

Em comparação com isso, a congregação cristã típica de hoje é um triste meio-termo: estatisticamente ela não é mais uma igreja no lar, mas tampouco já é um evento celebrativo. Dessa maneira, ela perde duas dinâmicas imaginadas pelo seu Inventor: a atmosfera dinâmica e relacional e o mega-evento eletrizante com efeito de sucção.

6. Do sistema de um pastor único para a estrutura de equipe

Igrejas nos lares não são conduzidas, p.ex., por um pastor, mas acompanhadas por um presbítero e por um dono de casa sábio e atento à realidade. As igrejas nos lares são interligadas em rede, formando movimentos, pela conexão orgânica dos presbíteros com o assim chamado ministério quíntuplo (apóstolos, profetas, pastores, evangelistas e mestres), que circula “de casa em casa” pelas igrejas, como um saudável sistema de circulação sangüínea. Nessa atividade as pessoas com dons apostólicos e proféticos (Ef 4.11,12; 2.20) desempenham um papel fundamental.
Sem dúvida os pastores são uma parte importante de toda a equipe, porém não podem ser mais que um fragmento dela, “para capacitar os santos para o serviço”. Seu ministério precisa ser complementado pelos outros quatro ministérios, do contrário as igrejas não apenas sofrem de enfermidades de carência espiritual, devido à dieta unilateral, mas igualmente os próprios pastores não conseguem mover nada, ficando impedidos de se realizar em sua vocação.

7. As peças certas – montadas erroneamente

Num quebra-cabeça é essencial que as peças sejam montadas de acordo com o modelo certo, do contrário não apenas fica incorreto o quadro inteiro, mas também as diversas peças não fazem sentido. No cristianismo temos todas as peças à disposição, mas por tradição, lógica de poder e zelo religioso quase sempre as montamos erroneamente. Assim como existe H2O nos três estados de agregação (gelo, água e vapor) também os dons de serviço (Ef 4.11,12), como, p.ex., o do pastor, ocorrem de três formas, porém muitas vezes na forma errada no lugar errado. Eles congelaram como pedras por meio do clericalismo eclesiástico, correm como água límpida ou ainda evaporam na falta de compromisso.
Assim como a melhor coisa é regar flores com água, também os cinco ministérios que fomentam a igreja (apóstolos, profetas, pastores, evangelistas e mestres) têm de reencontrar formas novas – e muito antigas – na igreja, para que o sistema todo comece a florescer e cada pessoa encontre um lugar apropriado no todo. Por isso a igreja não pode nem deve voltar atrás na História, porém precisa retornar à matriz original.

8. Das mãos dos burocratas eclesiásticos ao sacerdócio de todos os que crêem

As igrejas do Novo Testamento nunca foram dirigidas por um “homem santo” ou “senhor pastor”, que se encontra numa ligação especial com Deus em substituição a outros e que regularmente alimenta consumidores relativamente passivos na fé, como se fosse um Moisés do Novo Testamento. O cristianismo assumiu das religiões gentílicas – ou, na melhor das hipóteses, do judaísmo – a categoria dos sacerdotes como um espaço amortecedor de mediação entre Deus e o ser humano.

Desde os dias de Constantino Magno a rigorosa profissionalização da igreja já pesou tempo suficiente como maldição sobre a igreja, subdividindo artificialmente o povo de Deus em leigos infantilizados e clero profissional. Conforme o Novo Testamento, há “um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus” (1 Tm 2.5). Deus retém sua bênção quando profissionais da religião se imiscuem entre ele e o povo. O véu do Templo foi rasgado e Deus possibilita a todas as pessoas terem acesso a ele diretamente por meio de Jesus Cristo, o único Caminho e Advogado. Já não precisam manter contato com ele de forma mediada e indireta através do representante de uma casta religiosa. A fim de transportar para a prática o “sacerdócio de todos os que crêem”, que entrementes já foi impetrado há 500 anos pela primeira Reforma, o atual sistema de uma igreja profissionalizada e burocratizada terá de ser transformado radicalmente – ou afundará na irrelevância religiosa.

A burocracia é a mais diabólica de todas as formas de administração, porque no fundo levanta apenas duas perguntas: sim ou não. Nela dificilmente há espaço para a espontaneidade, a humanidade e a vida genuína cheia de variações. Essa forma estrutural pode ser adequada a empreendimentos políticos ou econômicos, porém não ao cristianismo. Deus parece estar em vias de libertar seu povo do cativeiro babilônico de burocratas eclesiásticos e de pessoas no exercício do poder religioso, bem como tornar a igreja novamente um bem comum. Faz isso ao colocá-la nas mãos de pessoas simples, chamadas por Deus para algo extraordinário e que, como nos dias de outrora, talvez ainda estejam cheirando a peixe, perfume ou revolução.

9. Das formas organizadas para as formas orgânicas de cristianismo

O “corpo de Cristo” é linguagem figurada para um ente profundamente orgânico e não para um mecanismo organizado. Localmente a igreja consiste de uma pluralidade de famílias espirituais extensas, que estão organicamente interligadas em uma rede. A maneira como cada igreja está ligada à outra constitui uma parte integrante da mensagem do todo. De um máximo de organização com um mínimo de organismo é preciso passar novamente para um mínimo de organização com um máximo de organismo. Até aqui o excesso de organização muitas vezes sufocou o organismo “corpo de Cristo” como uma camisa-de-força – por medo de que algo pudesse dar errado. Contudo, medo é o oposto da fé, não representando exatamente uma virtude cristã sobre a qual Deus desejasse edificar sua igreja. O medo visa controlar – a fé sabe confiar. Por isso, controlar pode ser bom, mas confiar é melhor.

O corpo de Cristo foi confiado por Deus às mãos fiéis de pessoas que possuem um dom carismático especial: são capazes de crer que Deus ainda mantém o controle da situação quando elas próprias já o perderam há tempo. Sem dúvida o ecumenismo político e as hierarquias denominacionais tiveram sua chance de mostrar resultados no passado, mas não obtiveram êxito. Hoje é necessário criar redes regionais e nacionais que se baseiam sobre a confiança, para que formas orgânicas de cristianismo possam ser novamente desenvolvidas.

10. Cristãos adoram a Deus, não a seus cultos

Visto de fora, o cristianismo se apresenta do seguinte modo para muitas pessoas: pessoas santas dirigem-se, numa hora santa, num dia santo, a um prédio sagrado, a fim de participar de um ritual sagrado, celebrado por um homem santo em vestimentas sagradas, em troca de uma oferta sagrada. Uma vez que essas promoções regulares, orientadas pelo desempenho e chamadas de “culto divino”, requerem muito talento organizativo e consideráveis recursos administrativos, os rituais formalistas e modelos de comportamento institucionalizados rapidamente se solidificaram em tradições religiosas.

Em termos estatísticos, o tradicional culto dominical de uma a duas horas de duração, com cifras do porte de 20 a 300 visitantes, é extremamente voraz em termos de recursos. Apesar disso, produz bem poucos frutos na forma de pessoas que estejam dispostas a mudar de vida como discípulos de Jesus. Em termos econômicos, o culto tradicional é uma estrutura que exige muitíssimo investimento, mas produz poucos resultados.

Na História, o desejo dos humanos de adorar “corretamente” a Deus levou aos constrangedores denominacionalismo, confessionalismo e nominalismo. É um enfoque que desconsidera que os cristãos são chamados a adorar “em Espírito e em verdade” – e não a repetir, em pequenas e grandes catedrais, hinos costumeiros. Essa mentalidade de programação, que se compraz em reiterar o proverbial “Amém” na igreja, ignora que toda a vida é pulsante, muda constantemente e é absolutamente informal.

Sendo o cristianismo “o caminho da vida”, ele é por natureza informal e espontâneo, e tão-somente o violentamos por meio dos rituais religiosos repetitivos. O cristianismo precisa afastar-se das impressionantes celebrações teatrais em recintos eclesiásticos e recomeçar a viver de modo impressionante a vida cotidiana. É isso que verdadeiramente serve a Deus.

11. Não levar mais o povo à Igreja, mas a Igreja ao povo

A igreja está se transformando de volta, saindo de uma estrutura do “vinde” para uma estrutura do “ide”. Uma das conseqüências é que não se tenta mais levar as pessoas à igreja, mas a igreja até as pessoas. A missão da igreja jamais alcançará seu alvo se meramente adicionar acréscimos à estrutura existente. Ela unicamente acontecerá em termos multiplicativos por meio da expansão das igrejas na forma de fermento, inclusive entre grupos da população que ainda não conhecem a Jesus Cristo.

12. A Santa Ceia é redescoberta como uma verdadeira refeição

A tradição eclesiástica conseguiu a façanha de “celebrar” a santa ceia em doses homeopáticas, com algumas gotas de vinho, uma bolacha insípida e um semblante triste. No entanto, segundo a fé cristã, a “ceia do Senhor” é uma refeição substancial com significado simbólico, não uma refeição simbólica com significado substancial. Deus está novamente afastando os cristãos das missas, de volta às mesas, de volta à refeição.

13. Das denominações para a Igreja da Cidade

Jesus deu vida a um movimento – mas o que apareceu foram empresas religiosas com redes globais, que comercializavam suas respectivas marcas do cristianismo, fazendo concorrência uma à outra. Por causa dessa subdivisão em nomes e marcas a maior parte do protestantismo perdeu sua voz no mundo e tornou-se politicamente irrelevante. Muitas igrejas estão mais preocupadas com especialidades tradicionais e discórdias religiosas dentro de seus muros do que com dar um testemunho perante o mundo em conjunto com outros cristãos.

Jesus jamais pediu aos seres humanos que se organizassem em denominações. Nos primeiros dias da igreja os cristãos tinham um dupla identidade: eram seguidores de Jesus Cristo, convertidos verticalmente a Deus. Em segundo lugar, congregavam com base na geografia, quando também se convertiam localmente uns aos outros, formando movimentos eclesiais. Não somente se ligavam em igrejas de vizinhança ou nos lares, nas quais partilhavam sua vida cotidiana, mas também expressavam sua nova identidade em Cristo – na medida em que as respectivas circunstâncias políticas o permitissem. Encontravam-se para cultos festivos de abrangência local ou regional. Neles celebravam sua unidade como movimento eclesial da região ou cidade e demonstravam um testemunho conjunto perante o mundo.

Deus está chamando o cristianismo de volta a essas dimensões. O retorno ao modelo bíblico da “igreja da cidade” – ou seja, uma nova credibilidade das igrejas nos lares dos bairros, aliada a cultos festivos de abrangência local ou regional, em que todos os cristãos de uma região se congregam regularmente – não apenas fomenta a identidade coletiva e credibilidade espiritual dos cristãos, mas também confere à igreja um peso político, e chamará a atenção que a mensagem cristã merece.

14. Uma mentalidade à prova de perseguição

Jesus, o cabeça de todos os cristãos, foi crucificado. Hoje seus seguidores estão tão ocupados com suas posições e seu papel respeitável na economia, política e sociedade, ou pior ainda, estão adaptados e quietos de forma tão pouco cristã, que quase não são mais notados.

Jesus diz: “Abençoados sois quando por minha causa as pessoas vos injuriarem e perseguirem” (Mt 5.11). O cristianismo bíblico é uma ameaça para o ateísmo e pecado gentílicos, para um mundo que foi dominado pela ganância, pelo materialismo, pela inveja e pela tendência de crer em absolutamente tudo, a menos que esteja na Bíblia. Isso levou à aceitação social de comportamentos na esfera da moral, do sexo, do dinheiro e do poder que somente podem ser explicados na dimensão demoníaca. Até o momento, o cristianismo atualmente conhecido não constitui um contraste para isso, mas em muitos países ele é simplesmente inócuo e gentil demais para que fosse digno de perseguição.

Quando, porém, os cristãos começarem a redescobrir os valores do Novo Testamento, a viver uma vida resultante e perder a vergonha de dar nome, p.ex., ao pecado, o mundo em seu redor será atingido no cerne de sua consciência e reagirá, como de costume, com conversão ou com perseguição. Ao invés de construir para si ninhos em zonas confortáveis de presumida liberdade religiosa, os cristãos precisam preparar-se novamente para serem descobertos como réus principais e ovelhas negras. Nada mais farão que ser um estorvo para o humanismo universal, para a moderna escravidão do entretenimento e para a descarada adoração do Eu, o falso centro do universo. É por essa razão que cristãos despertos rapidamente sentirão as conseqüências do liberalismo fundamentalista e da “tolerância repressiva” de um mundo que perdeu suas normas absolutas porque se negou a reconhecer seu Deus Criador com seus padrões absolutos.

Em conexão com a crescente ideologização, privatização e espiritualização da política e economia, os cristãos obterão mais cedo do que esperavam uma nova chance para ocupar, ao lado de Jesus, o banco dos réus da sociedade do bem-estar. É bom que hoje mesmo já se preparem para o futuro, desenvolvendo uma mentalidade à prova de perseguições e, em conseqüência, construam uma estrutura à prova de perseguições.

15. A Igreja volta para casa

Qual é o lugar mais simples para uma pessoa ser santa? Ela se esconde atrás de um grande púlpito e, trajada com túnicas sagradas, prega palavras santas a uma massa sem rosto, desaparecendo depois em seu gabinete. E qual é o lugar mais difícil e, por isso mais significativo, para uma pessoa ser santa? Em casa, na presença de sua família, onde tudo o que ela diz e faz é submetido a um teste espiritual automático e conferido com a realidade. Ali todo o farisaísmo devoto está irremediavelmente condenado à morte.

As parcelas mais significativas do cristianismo fugiram do enraizamento na família, como lugar flagrante do fracasso pessoal, para salões sagrados, onde se celebram missas/cultos artificiais bem afastados do cotidiano. No entanto Deus está em vias de reconquistar novamente para si as casas como locais de culto. Dessa forma a igreja retorna novamente às próprias raízes, ao lugar de onde ela procede, a um movimento de igrejas nos lares. Assim, a igreja volta literalmente para casa. Na última fase da história da humanidade, pouco antes do retorno de Jesus Cristo, fecha-se o círculo da história da igreja.

Quando cristãos de todos os segmentos sociais e culturais, de todas as situações de vida e denominações sentirem em seu espírito um eco nítido daquilo que o Espírito de Deus diz à igreja, eles começarão a funcionar claramente como um corpo, a ouvir globalmente e agir localmente. Deixarão de pedir que Deus abençoe o que fazem e começarão a fazer o que Deus abençoa. Na própria vizinhança se congregarão em igrejas nos lares e se encontrarão para cultos festivos que abrangem a cidade ou região toda.

Você também está convidado a aderir a esse movimento aberto e dar a sua própria contribuição. Dessa maneira provavelmente também a sua casa há de ser uma casa que transforma o mundo.

Extraído do livro “Casas que Transformam o Mundo”, Editora Evangélica Esperança; via Pão e Vinho.

No amor de Jesus,

Pedro Quintanilha ><>

O Que é Igreja?

Igreja não é templo, não é sinagoga, não é mesquita. Não é o santuário onde os fiéis se reúnem para cultuar a Deus. Igreja é gente, e não lugar. É a assembléia de pecadores perdoados; de incrédulos que se tornam crentes; de pessoas espiritualmente mortas que são espiritualmente ressuscitadas; de apáticos que passam a ter sede do Deus vivo; de soberbos que se fazem humildes; de desgarrados que voltam ao aprisco. Igreja é mistura de raças diferentes, distâncias diferentes, línguas diferentes, cores diferentes, nacionalidades diferentes, culturas diferentes, níveis diferentes, temperamentos diferentes. A única coisa não diferente na Igreja é a fé em Jesus Cristo. A Igreja não é igreja ocidental nem igreja oriental. Não é Igreja Católica Romana nem igreja protestante. Não é igreja tradicional nem igreja pentecostal. Não é igreja liberal nem igreja conservadora. Não é igreja fundamentalista nem igreja evangelical. A Igreja não é Igreja Adventista, Igreja Anglicana, Igreja Assembléia de Deus, Igreja Batista, Igreja Congregacional, Igreja Deus é Amor, Igreja Episcopal, Igreja Holiness, Igreja Luterana, Igreja Maranata, Igreja Menonita, Igreja Metodista, Igreja Morávia, Igreja Nazarena, Igreja Presbiteriana, Igreja Quadrangular, Igreja Reformada, Igreja Renascer em Cristo nem igrejas sem nome. A Igreja é católica (universal), mas não é romana. É universal (católica) mas não é a Universal do Reino de Deus. É de Jesus Cristo, mas não dos Santos dos Últimos Dias. Porque é universal, não é igreja armênia, igreja búlgara, igreja copta, igreja etíope, igreja grega, igreja russa nem igreja sérvia. Porque é de Jesus Cristo, não é de Simão Pedro, não é de Miguel Cerulário, não é de Martinho Lutero, não é de Simão Kimbangu, não é de Sun Myung Moon, não é de João Paulo II. Em todo o mundo e em toda a história, a única pessoa que pode chamar de minha a Igreja é o Senhor Jesus Cristo. Ele declarou a Cefas: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). Não há nada mais inescrutável e fantástico do que a Igreja de Jesus Cristo. Ela é o mais antigo, o mais universal, o mais antidiscriminatório, o mais inexpugnável e o mais misterioso de todos os agrupamentos. Dela fazem parte os que ainda vivem (igreja militante) e os que já se foram (igreja triunfante). Seus membros estão entrelaçados, mesmo que, por enquanto, não se conheçam plenamente. Todos igualmente são “concidadãos dos santos” (Ef 2.19), “co-herdeiros com Cristo” (Ef 3.6; Rm 8.17) e “co-participantes das promessas” (Ef 3.6). Eles são nada menos e nada mais do que a Família de Deus (Ef 2.19; 3.15). Ali, ninguém é corpo estranho, ninguém é estrangeiro, ninguém é de fora. É por isso que, na consumação do século, “eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21.3). A Igreja de Jesus, também chamada Igreja de Deus (1 Co 1.2; 10.22; 11.22; 15.9; 1 Tm 3.5 e 15), Rebanho de Deus (1 Pe 5.2), Corpo de Cristo (1 Co 12.27) e Noiva de Cristo (Ap 21.2), tem como Esposo (Ap 21.9), Cabeça ( Cl 1.18 ) e Pastor (Hb 13.20) o próprio Jesus. A tradicional diferença entre igreja visível e igreja invisível não significa a existência de duas igrejas. A Igreja é uma só (Ef 4.4). A igreja invisível é aquela que reúne o número total de redimidos, incluindo os mortos, os vivos e os que ainda hão de nascer e se converter. Eventualmente pode incluir pecadores arrependidos que nunca freqüentaram um templo cristão nem foram batizados. Somente Deus sabe quantos e quais são: “O Senhor conhece os que lhe pertencem” (2 Tm 2.19). A igreja visível é aquela que reúne não só os redimidos, mas também os não redimidos, muito embora passem pelo batismo cristão, se declarem cristãos e possam galgar posições de liderança. É a igreja composta de trigo e joio, de verdadeiros crentes e de pseudocrentes. Dentro da igreja visível está a igreja invisível, mas dentro da igreja invisível nunca está toda a igreja visível. A Igreja de Jesus é uma só, porém é conhecida imperfeitamente na terra e perfeitamente no céu”.

Extraído da Revista Ultimato, março-abril/2002.

No amor de Jesus,

Pedro Quintanilha ><>